Neste dia 1º de janeiro de 2013 a Paróquia de Nova Cruz celebrará a solenidade da Mãe de Deus, com procissão às 16 horas, seguido de missa na Igreja Matriz. O Pároco Pe. Francisco de Assis faz seu comentário da liturgia deste dia 1º de janeiro:
Ano Novo: Santa Maria Mãe de Deus
Dentro do período natalino, com a
celebração da manifestação do Senhor da Vida e da história, hoje a nossa
atenção se volta para Maria, sob o título de “Mãe de Deus”.
Iniciando um novo ano, portanto,
neste Dia Mundial da Paz, a comunidade irmanada, suplica a Deus a sua bênção de
paz sobre cada um (a), sobre nossas famílias e sobre o mundo todo.
A exemplo de Maria no seu sim
irrestrito, nós, seus filhos, vamos procurar viver na disponibilidade total a
proposta do seu Filho Jesus, o “amai-vos uns aos outros”. Assim, sim, estaremos
sendo promotores da paz.
Em comunhão com todos os filhos e
filhas de Deus, com as Igrejas, com os de qualquer ideologia, essa ou aquela condição
social, digamos como disse o irmão e pobrezinho S. Francisco de Assis:
“Fazei-nos instrumentos de vossa paz”.
Que durante o ano que se aproxima
(2013), Deus nos abençoe e nos guarde! O Senhor faça brilhar sobre nós a sua
face, e se compadeça de nós! O Senhor volte para nós o seu rosto e nos dê a
paz”! Assim seja! Feliz Ano Novo!
Vamos às leituras:
1ª leitura (Nm 6,22-27)
O que é demonstrado neste texto é
a bênção utilizada pelos sacerdotes, quando encerravam as celebrações
litúrgicas do templo.
Abençoar é próprio do ofício
sacerdotal (Lv 9,23). Embora também o rei abençoasse (2 Sm 6,18) e os levitas
(Dt 10,8).
Adentrando
aqui nos pormenores, vê-se que Javé é chamado três vezes. A cada uma das três
invocações são acrescentados dois pedidos de bênção: “Javé te abençoe e te
proteja; Javé faça resplandecer sua face sobre ti e te seja propício; Javé
dirija seu olhar para ti e te conceda a paz”. Outro detalhe é a indagação que
se pode fazer a respeito da bênção: O que dizer da bênção? A bênção é um sinal
da presença protetora e libertadora vivificante de Deus na vida do seu povo;
total solidariedade. Por fim, mais outro detalhe: conforme é percebível na narração,
a fórmula da bênção sobressai, portanto, a paz. A paz é a palavra de ordem.
“Mostrando
seu rosto, javé comunica a plenitude dos bens, sintetizados na paz (shalom, v. 26), na felicidade completa.
Para o povo do deserto ou do exílio, a paz era a posse da terra, dos bens, da
liberdade e da dignidade, e a possibilidade de ter uma família. Só assim Javé
se sentirá, vendo o ser humano, feito á sua imagem e semelhança, livre e feliz”
(Pe. José Bertolini, Roteiros
homiléticos, Festas e solenidades, p. 43).
Os
judeus piedosos, bem como nós os cristãos sabemos que a paz é um dom de Deus. Por
isso, temos motivos pensar assim, sobretudo, neste primeiro dia do mês e do ano.
Portanto,
como os pastores, abramos o nosso coração e nos disponhamos acolher o Deus da
bênção e da paz, tão necessário a qualquer um (a).
Evangelho (Lc 2,16-21)
O texto de hoje continua a
narrativa do nascimento de Jesus, ou seja é parte integrante da infância,
continua o trecho lido na noite de Natal, indica a reação dos pastores, de
Maria, e o significado do nome de Jesus.
Os
excluídos têm Deus como parceiro. O Evangelho deste dia nos faz compreender
a pressa demonstrada por parte dos pastores em chegar até Belém. É válido
salientar que essa pressa é consequência da opção que Deus fizera pelos pobres
e excluídos.
Um detalhe: De receptores da
mensagem, os pastores passam a ser anunciadores. A evidência é a atitude tomada
por eles: retornam glorificando e louvando a Deus. Com esse detalhe, Lucas que
frisar a reação dos que se sentem envolvidos pela solidariedade de Deus.
Mais um feliz por menor: Ao chegarem
a Belém, “não percebem nada de extraordinário”. Descobrem sim, um menino
deitado, com seu pai e a sua mamãe. Entretanto, naquela criança fragilizada e
indefesa, eles sabem reconhecer o Salvador. É exatamente de provas baseadas na
simplicidade e na demonstração da gratuidade divina que o cristão precisa para
acreditar na graça amorosa de Deus , e não em gestos tão extraordinários.
Portanto, discípulo é aquele que,
diante da mensagem de Deus que lhe é repassada pelo Evangelho, sente-se
interpelado, responde “sim” e vai adiante contagiando o mundo, porque só assim
reconhece a voz do Pai que chama para a salvação.
O v. 19 afirma que “Maria conservava
cuidadosamente esses acontecimentos e os meditava em seu coração”. Ou seja,
Maria é, pois, uma daquelas pessoas que precisam discernir, em meio aos
acontecimentos obscuros da vida, a presença e solidariedade de Deus.
O v. 21 esclarece mais ainda o modo
como Deus se solidariza. Por conseguinte, tudo o que Deus quis dizer e fazer em
benefício da humanidade encontra sua plena realização na vida de Jesus.
Nascendo pobre e vivendo pobre como os seus irmãos excluídos, dando-se conhecer
a eles, Jesus é a prova definitiva da solidariedade de Deus.
2ª leitura (Gl 4,4-7)
Paulo nos chama atenção neste
trecho, mostrando-nos a verdade central do Evangelho: Deus é Pai de todos. Com
o batismo, Deus marcou o tempo da emancipação para todos, o tempo da
maioridade, o tempo presente, no qual, tornando-nos filhos, tomamos posse da herança.
Por isso, em Jesus, nós passamos a ter Deus como o único Pai. Já não é uma
relação patrão-escravo, e sim uma relação de Pai-filhos.
É hora de avaliação: Será que ainda
não continuam alguns resquícios de escravidão na vida da gente? Como libertar-nos
dessas amarras malignas ao longo de 2013? Como, quando e o que fazer para
reconquistarmos a nossa identidade cristã? Deus nos acompanhe e nos abençoe por
todo o sempre. Amém.
Pe.
Francisco de Assis Inácio
Pároco da Paróquia da Imaculada Conceição
de Nova Cruz - RN