Introdução
“Alegrai-vos! O
Senhor está próximo!”.
Este domingo é considerado “o domingo da alegria”.
“O tempo do Advento possui duas características: sendo um
tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira
vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio
desta herança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do
Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do advento se
apresenta como um tempo de piedade e alegre expectativa” (Normas do Ano
Litúrgico e do Calendário [NALC], n. 39).
Diante do profundo sentido cristão que tem o Advento, o
Terceiro Domingo nos pede reações receptivas, frente ao testemunho da alegria
que Jesus Salvador traz, com a caridade afável e paciente para com os outros,
com a abertura para todas as iniciativas de bem, através das quais já se
constrói o Reino futuro na alegria sem fim.
Conforme a (Primeira e a Segunda leituras), a
alegria dos cristãos se fundamenta na certeza de que o Senhor está sempre
agindo entre nós, por isso as consequências têm vida curta. No duelo entre o
mal e o bem, vencerá sempre o bem. O bem é o projeto de felicidade que Deus
veio trazer a todos nós.
As multidões perguntam três vezes ao Batista: “Que devemos fazer?” Nas suas respostas,
ele aponta três atitudes que devemos tomar: compartilhar
os bens que possuímos, não praticar injustiças, não oprimir ninguém. Eis
aqui um programa de vida para quem quer ser cristão.
Deus quer pôr tudo às claras quem somos e o que devemos
fazer para construir histórias novas, nascendo entre todos, proporcionando
assim, justiça e doação de vida aos marginalizados, “sem vez nem voz”
(Evangelho).
Comentando os textos
Primeira leitura (Sf 3,14-18ª): “A história
reinicia das cinzas”.
Quem foi Sofonias? Foi um profeta, que exerceu sua
experiência profética em Jerusalém, no tempo do rei Josias, entre os anos
640-609 a.C.).
Qual o objetivo do texto? O objetivo é mostrar as mudanças
radicais promovidas em Judá. É uma mensagem de esperança e de alegria dirigidas
à minoria que sobreviveu à catástrofe nacional.
Evangelho (Lc 3,10-18)
O Evangelho está dividido em duas partes:
A primeira parte apresenta três grupos de pessoas que
procuram o Batista para receber esclarecimentos concretos. Eles queriam saber
sobre “o que deveriam fazer?” João responde, em primeiro lugar: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não
tem; e quem tiver comida faça o mesmo”! A partilha é o primeiro requisito
para a construção de uma nova sociedade. Enquanto existirem no mundo
desigualdades e riquezas escandalosas ao lado da miséria e da fome, é inútil
esperar que o Salvador possa manifestar-se. Em segundo lugar:
Apresentam-se a João os publicanos.
Ou seja, são aqueles que cobram os impostos – a profissão mais odiosa do mundo.
A estes o Batista pede para que não abusem do próprio cargo para explorar os
mais pobres e indefesos.
Como deverá preparar-se para o Natal a pessoa que segue por
estes caminhos? Cuidado para que não sejamos apanhados entre os que exploram e
desviam, deste modo, buscando enriquecer ilicitamente. Em terceiro lugar:
Os últimos que procuram o Batista para pedir sua orientação são os soldados. A estes o Batista pede que não
maltratem ninguém e que se conformem com seus salários. É que os soldados
naquela época eram mal remunerados.
A segunda parte do Evangelho de hoje (vv. 15-18), João
Batista retoma sua linguagem dura e severa. Fala da separação do trigo e da
palha, e ameaça com a destruição no fogo inextinguível.
É interessante perceber que o programa de vida apresentado
por João suscitou expectativas messiânicas no povo, que se pergunta se o
Batista não seria o Messias (v. 15). A resposta de João o identifica como
Precursor da grande novidade. Ele é o que prepara a comunidade para o encontro
com o esposo, aquele que irá “batizar com o fogo do Espírito Santo” (v. 16). O
Messias é Jesus. O programa de vida de João é simples preparação à escolhida do
Messias.
A exortação da liturgia de hoje é parte integrante da
mensagem da alegria e salvação, que vem de Deus. A proximidade do Senhor, a sua
presença em nosso meio, nos proporciona viver na alegria, na tranquilidade, na
oração e na paz.
Segunda leitura (Fl
4,4-7): Quando Paulo escreve sua carta para a comunidade de Filipos,
encontra-se em Éfeso, na prisão, perseguido por causa do Evangelho. Teria,
pois, todos os motivos para estar abatido, mas, no entanto, na sua carta volta,
como um refrão, o convite para a alegria.
Pe. Francisco de
Assis Inácio
Pároco da Paróquia da Imaculada Conceição de Nova Cruz - RN
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