MARIA, FIRME NA FÉ, AUTÊNTICA
NO AMOR!
O povo de Deus, nossa gente cristã
católica celebra um dos meses mais queridos: o Mês de Maio, dedicado à Mãe de
Deus e nossa.
Não são poucos os que dizem à Virgem
Imaculada que o seu testemunho é sempre pertinente, por isso providencial.
Assim sendo, é “intensificada a Festa no céu e na terra também”.
Nessa mulher, representação da Igreja, “revestida de sol, tendo a lua
debaixo de seus pés e na cabeça uma coroa de dozes estrelas” (Ap 12,1), as
manifestações piedosas e populares dizem ver em Maria, a Mãe de Deus. Com
razão, nos assegura Santo Ambrósio, como também afirma em sua declaração a
Constituição Conciliar Lumem Gentium:
“Maria é, ela própria, figura da Igreja”.
Por tudo isso, nós, que fazemos a comunidade dos discípulos missionários
seguidores de Jesus Cristo, com fé firme e eficaz e pleno respeito e amor pelas
comunidades e seus animadores evangelizadores, não podemos deixar de unir-nos à
aquela que está no coração de Deus e de todos nós, seus filhos espirituais, ao
mesmo tempo em que estamos também presentes nas manifestações devocionais
marianas.
O devocionismo: cuidado
com essa maneira de apresentar a fé!
Refiro-me a um determinado devocionismo, junto com inegáveis méritos que,
infelizmente, na sua conjectura, propõe-se a estampar algumas imagens de Nossa
Senhora que, em vez de animar, desanima, em vez de unir, afasta, em vez de
catequizar, adocica, aliena, ou seja, termina prestando um desserviço à fé,
porque nega por completo a devida consciência que tem a Mãe de Deus, quanto à
sua adesão à Palavra, e o mais preocupante, é porque distancia Nossa Senhora de
nós e do mundo.
Aliás, muitas dessas imagens, do ponto de vista artístico, são
verdadeiras deformações do ser de Maria. Algumas delas parecem verdadeiros
monstrengos; a representatividade simbólica demonstra a própria desproporção
das condições das situações humano-antropológica, espiritual, evangélica e
cristã reais sobre a pessoa da Senhora, Maria de Nazaré, esposa de José, Mãe de
Jesus de Nazaré, nossa Mãe pela fé.
Dentro da dimensão dos meios didáticos e o uso de instrumentos de
trabalho, a imagem é útil e necessária para a educação da fé. A catequese faz
também da linguagem artística esse meio.
A imagem também é um símbolo. Pois bem, “a função do símbolo é ajustar o
ser humano ao real, torná-lo racional, sensível, organizado e socializado”.
Claro que, o símbolo só pode ser realmente compreendido senão quando
experimentado no âmago dessa implementação, e não por meio de meras explicações
e abordagens teóricas.
Na verdade, o que eu quero chamar atenção é para o que há de
desequilíbrio, às vezes, por partes de alguns cristãos católicos, um tanto
quanto desinformados, apesar de devotos de Nossa Senhora, quanto à sua
concepção de fé em relação à pessoa de Nossa Senhora; enquanto tem que
manifestar a sua fé, não conseguindo diferenciar o autêntico do inautêntico, o
real do irreal, o necessário do desnecessário, o essencial do secundário.
“Para que fazer Nossa Senhora de pedra, quando seu coração humaníssimo
entende e acompanha naturalmente todos os sofrimentos dos homens?” (Dom
Helder).
Enfim, é preciso purificar de maneira mais autêntica alguns
comportamentos próprios da religiosidade popular, a partir da sua devoção à
Maria, “levando o seu Filho querido para o meio do mundo” (Dom Helder).
A verdadeira Maria do Evangelho
Maria é certamente uma obra-prima e diante de uma obra de arte e
pensamento dirige-se imediatamente ao Verdadeiro artista que a criou, Deus.
Também nós, como Maria, nos tornamos “imaculados”. “Deus nos escolheu, antes da
criação do mundo, para sermos santos e imaculados. Também em nós o mal sofrerá
uma derrota total” (cf. Ef 1,3-6).
Ela é entre todos os que acreditaram, como um “espelho”, em que se
refletem da maneira mais profunda e mais límpida “as maravilhas de Deus” (At
2,11).
Nas Bodas de Caná, o Evangelho mostra precisamente a eficácia da
intercessão de Maria, que se faz porta-voz junto de Jesus nas necessidades
humanas (Jo 2,3).
“Ela exorta a fazer o que Jesus diz para que ela possa derramar sua vida
na nossa vida” (Ap). É assim a Maria do evangelho, é próxima de qualquer um de
nós: ela é vista nos evangelhos, presente nas circunstâncias da vida.
Aliás, fez sempre “jus” ao “faça-se em mim, segundo a vossa Palavra” (Lc
1,38). Quanta fidelidade, não é?! Desde a concepção até a morte de seu Filho,
“não arredou o pé”, mesmo tendo que pedir explicações por não entender as
escolhas que o Filho fazia (Lc 2,50). É esta a mulher, a filha, a irmã, a
esposa, a mãe que a Igreja nos convida a contemplar sempre.
A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de
compromisso com Deus e com os irmãos, porque foi assim que ela aprendeu com o
seu predileto Filho. “Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui
os seus exemplos”. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus:
“Fazei o que ela vos disser” (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galileia,
encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo d´Ele as graças
desejadas.
Como não reconhecer Maria, sendo firme na fé, autêntica no amor?!
Portanto,
tenhamos presente que, o verdadeiro filho de Maria é um cristão que reza, ama e
perdoa.
Rezemos com Maria: Ela é sempre “Mãe de Deus e nossa”.
Por essa razão, sempre e em qualquer momento, mas especialmente, neste
mês, eu rezo, junto a Deus e junto a Maria, a Mãe Imaculada, Mãe do Verbo
Encarnado, não só por mim, mas que interceda por todos os irmãos e irmãs, por
entre os céus e a terra, nos dando prosperidade, alegria e paz autêntica!
Paróquia
da Imaculada Conceição
Nova
cruz - RN
Pe. Francisco de Assis Inácio
Pároco -
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