sábado, 4 de maio de 2013

Mês de maio – “Mês de Maria”: um jeito de expressar a fé!


MARIA, FIRME NA FÉ, AUTÊNTICA NO AMOR!

             O povo de Deus, nossa gente cristã católica celebra um dos meses mais queridos: o Mês de Maio, dedicado à Mãe de Deus e nossa.
             Não são poucos os que dizem à Virgem Imaculada que o seu testemunho é sempre pertinente, por isso providencial. Assim sendo, é “intensificada a Festa no céu e na terra também”.
Nessa mulher, representação da Igreja, “revestida de sol, tendo a lua debaixo de seus pés e na cabeça uma coroa de dozes estrelas” (Ap 12,1), as manifestações piedosas e populares dizem ver em Maria, a Mãe de Deus. Com razão, nos assegura Santo Ambrósio, como também afirma em sua declaração a Constituição Conciliar Lumem Gentium: “Maria é, ela própria, figura da Igreja”.
Por tudo isso, nós, que fazemos a comunidade dos discípulos missionários seguidores de Jesus Cristo, com fé firme e eficaz e pleno respeito e amor pelas comunidades e seus animadores evangelizadores, não podemos deixar de unir-nos à aquela que está no coração de Deus e de todos nós, seus filhos espirituais, ao mesmo tempo em que estamos também presentes nas manifestações devocionais marianas.

O devocionismo: cuidado com essa maneira de apresentar a fé!
Refiro-me a um determinado devocionismo, junto com inegáveis méritos que, infelizmente, na sua conjectura, propõe-se a estampar algumas imagens de Nossa Senhora que, em vez de animar, desanima, em vez de unir, afasta, em vez de catequizar, adocica, aliena, ou seja, termina prestando um desserviço à fé, porque nega por completo a devida consciência que tem a Mãe de Deus, quanto à sua adesão à Palavra, e o mais preocupante, é porque distancia Nossa Senhora de nós e do mundo.
Aliás, muitas dessas imagens, do ponto de vista artístico, são verdadeiras deformações do ser de Maria. Algumas delas parecem verdadeiros monstrengos; a representatividade simbólica demonstra a própria desproporção das condições das situações humano-antropológica, espiritual, evangélica e cristã reais sobre a pessoa da Senhora, Maria de Nazaré, esposa de José, Mãe de Jesus de Nazaré, nossa Mãe pela fé.
Dentro da dimensão dos meios didáticos e o uso de instrumentos de trabalho, a imagem é útil e necessária para a educação da fé. A catequese faz também da linguagem artística esse meio. 
A imagem também é um símbolo. Pois bem, “a função do símbolo é ajustar o ser humano ao real, torná-lo racional, sensível, organizado e socializado”. Claro que, o símbolo só pode ser realmente compreendido senão quando experimentado no âmago dessa implementação, e não por meio de meras explicações e abordagens teóricas.
Na verdade, o que eu quero chamar atenção é para o que há de desequilíbrio, às vezes, por partes de alguns cristãos católicos, um tanto quanto desinformados, apesar de devotos de Nossa Senhora, quanto à sua concepção de fé em relação à pessoa de Nossa Senhora; enquanto tem que manifestar a sua fé, não conseguindo diferenciar o autêntico do inautêntico, o real do irreal, o necessário do desnecessário, o essencial do secundário.
“Para que fazer Nossa Senhora de pedra, quando seu coração humaníssimo entende e acompanha naturalmente todos os sofrimentos dos homens?” (Dom Helder).
Enfim, é preciso purificar de maneira mais autêntica alguns comportamentos próprios da religiosidade popular, a partir da sua devoção à Maria, “levando o seu Filho querido para o meio do mundo” (Dom Helder).

A verdadeira Maria do Evangelho
           
Maria é certamente uma obra-prima e diante de uma obra de arte e pensamento dirige-se imediatamente ao Verdadeiro artista que a criou, Deus. Também nós, como Maria, nos tornamos “imaculados”. “Deus nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e imaculados. Também em nós o mal sofrerá uma derrota total” (cf. Ef 1,3-6).
Ela é entre todos os que acreditaram, como um “espelho”, em que se refletem da maneira mais profunda e mais límpida “as maravilhas de Deus” (At 2,11).
Nas Bodas de Caná, o Evangelho mostra precisamente a eficácia da intercessão de Maria, que se faz porta-voz junto de Jesus nas necessidades humanas (Jo 2,3).
“Ela exorta a fazer o que Jesus diz para que ela possa derramar sua vida na nossa vida” (Ap). É assim a Maria do evangelho, é próxima de qualquer um de nós: ela é vista nos evangelhos, presente nas circunstâncias da vida.
Aliás, fez sempre “jus” ao “faça-se em mim, segundo a vossa Palavra” (Lc 1,38). Quanta fidelidade, não é?! Desde a concepção até a morte de seu Filho, “não arredou o pé”, mesmo tendo que pedir explicações por não entender as escolhas que o Filho fazia (Lc 2,50). É esta a mulher, a filha, a irmã, a esposa, a mãe que a Igreja nos convida a contemplar sempre.
A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos, porque foi assim que ela aprendeu com o seu predileto Filho. “Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos”. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: “Fazei o que ela vos disser” (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galileia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo d´Ele as graças desejadas.
Como não reconhecer Maria, sendo firme na fé, autêntica no amor?!
Portanto, tenhamos presente que, o verdadeiro filho de Maria é um cristão que reza, ama e perdoa.
Rezemos com Maria: Ela é sempre “Mãe de Deus e nossa”.
Por essa razão, sempre e em qualquer momento, mas especialmente, neste mês, eu rezo, junto a Deus e junto a Maria, a Mãe Imaculada, Mãe do Verbo Encarnado, não só por mim, mas que interceda por todos os irmãos e irmãs, por entre os céus e a terra, nos dando prosperidade, alegria e paz autêntica!



Paróquia da Imaculada Conceição
Nova cruz - RN
Pe. Francisco de Assis Inácio
Pároco -

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