Para Jesus o que importa é a vida!
Lc 11,11-17
Temos hoje uma página do Evangelho retirada de Lucas, que nos coloca frente a
mais uma entre tantas atitudes misericordiosas praticadas por Jesus: trata-se
de uma procissão de enterro de um único filho de uma pobre mãe viúva, que
recebe dele a feliz iniciativa de fazer o jovem voltar a
viver.
Lembro-me aqui da preocupação embaraçada de João Batista, em querer saber
se Jesus era realmente o Messias, para melhor dissipar sua dúvida, ou seja: “És
tu aquele aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” (7,19). E, logo em
seguida, vem a resposta: “”Ide informar a João sobre o que vistes e ouvistes:
cegos recuperam a visão, coxos caminham, leprosos ficam limpos, surdos ouvem,
mortos ressuscitam” (7,22).
Pois bem, aqui está a mais autêntica resposta de Jesus dizendo quem ele é e
ainda quem é João Batista, como num verdadeiro testemunho recíproco.
A compaixão só é autêntica se for provada e comprovada. Frente a frente com a
mãe enlutada, a reação de Jesus é de total solidariedade. O Senhor se compadece
de uma própria viúva, que há pouco perdera o marido; e, como não bastasse o seu
sofrimento pela eterna partida de um ente querido, o amor da sua vida, agora a
morte do seu único filho querido: quanto sofrimento! Jesus avança, ordena
que interrompa sua caminhada em direção da morte e lhe diz: “Não chore!”.
Continua a narração, dizendo que ele aproximou-se, tocou o caixão, e os que o
carregavam pararam. Então, Jesus disse: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” Isso
é o que fez e faz Jesus!
O texto nos faz lembrar a procissão do encontro: uma é composta por Jesus e
pelos que lhe acompanham; a outra é a procissão dos que choram pelo jovem que
faleceu. E Jesus, de que lado se posiciona? Ele puxa a procissão dos que vivem;
isto é, dos que anunciam a esperança e a salvação.
Por conseguinte, irmãos e irmãs, no Evangelho de hoje, o Senhor nos faz
despertar para algo importante, porque diz respeito à nossa vida de cristãos e
cristãs. Assim sendo, somos chamados a fazer o que Jesus fez e faz: sempre que
encontrarmos alguém nas amarguras da vida, nos pedindo ajudas, devemos ser
capazes de parar aquilo que estamos fazendo para oferecer a nossa mais
expressiva solidariedade, afim de, pelo menos aliviar o seu sofrimento.
Atenção, ouçamos a ordem do Querido Filho de Deus: “Vamos servir, Jesus manda
servir!”
Tem ou não tem importância a Palavra de Jesus? Aliás, ela tem o poder de
transformar a escuridão em claridade, o feio em bonito, o choro em sorrisos, o
não sem razão em sim feito de felizes, belos e definidos horizontes.
Nada de pranto! Nada de assombro! As multidões se encontram num só patamar da
vida! Apenas louvam, agradecem e concluem expondo o que sentem: “Um grande
profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo!” (v. 16).
Ao refletir sobre esta página de hoje, a respeito da atitude de Jesus, em Naim,
confesso em “alta voz e bom som”, que tal gesto me faz mais e mais provar e
decidir pela confiança na Palavra transformadora do Senhor, reconhecendo que
Ele é Senhor da morte e da vida. Se Ele, Jesus, o Senhor, venceu a morte, pode,
e como pode fazer com que eu e tantos outros também ressurjamos de nossas
mortes. Acreditemos nisso e abramos o coração para ouvir: “Eu lhe digo:
levante-se!”
Paróquia da Imaculada Conceição
Nova Cruz – RN
Pe. Francisco de Assis Inácio
- Pároco -
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