A celebração em ação de graças acontece dia 13 de julho, às 17 horas, no Santuário dos Mártires, no bairro de Nazaré, em Natal. No dia 14, em Nova Cruz acontece a celebração, na Igreja de São Sebastião, às 19 horas. Logo após será realizado um jantar de adesão. As senha estão à venda com representantes das pastorais. Leia entrevista publicada no site da Arquidiocese de Natal.
"É um momento de muita alegria e gratidão"
O que significam 50 anos de vida sacerdotal, dos quais 23 vividos no exercício do Ministério Episcopal?
Estas e outras perguntas são respondidas pelo Arcebispo Emérito de Natal, Dom Matias Patrício de Macêdo. Ele completará 50 anos de ordenação sacerdotal, no dia 14 deste mês, mas a comemoração acontece no dia 13, às 17h, com uma missa, em ação de graças, no Santuário dos Mártires, no bairro de Nazaré, em Natal.
O que significa para o senhor, 50 anos de vida sacerdotal?
Antes de tudo, o fato de ser padre, para mim, já foi uma grande graça, um dom de Deus e uma grande confiança que Deus deposita na gente, na fraqueza humana. Mas Ele assim o quis, assim o quer e escolhe quem Ele quer. Para mim, o significado é de ação de graças e um agradecimento a Deus, por ter me escolhido e, ao mesmo tempo, pelo fato de ter chegado aos 50 anos, pois nem todos chegam. É um um momento de muita alegria. Nunca quis festa; sempre fizeram festa, mas esta eu quero, e faço questão de dizer ao povo que estou muito feliz, muito alegre, porque vejo ao meu redor muita gente, solidária a mim para agradecer a Deus este dom, esta graça do ministério sacerdotal e a graça da perseverança, por 50 anos, a serviço do povo de Deus. Tenho consciência de que me esforcei para ser, de verdade, um servidor; para sempre estar ao lado do povo, querendo ajudar, mostrar os caminhos que o Senhor me mostrou. Porque, quando Deus dá uma graça, Ele não a dá só para o enriquecimento pessoal, mas para que a gente irradie essa graça e a distribua com os outros.
Nesses 50 anos oque de melhor aconteceu na sua vida de presbítero?
Foram muitas coisas boas. Mas acho que foi o fato de nunca ter perdido de vista esta preocupação de estar próximo e de não querer me afastar do povo de Deus. Quando fui eleito bispo tive medo de ser um motivo para me afastar do povo. Eu não me sinto bem, distante; eu me sinto bem, próximo. Acho que essa é uma dimensão própria do sacerdócio, e até do cristão: ser missionário, sair, ir ao encontro dos outros, pela unção que a gente recebe, para anunciar a boa nova aos outros, do modo como a gente pode e sabe fazer. Há muitos que sabem fazer de outro jeito, muito melhor do que eu, mas eu fiz do meu jeito; do jeito que eu achava que era assim que Deus queria que eu fizesse. O que de melhor aconteceu na minha vida foi isso: não ter tido a ousadia de me afastar. E isso, graças a Deus, pois eu sou um pobre coitado. Mas, com Ele, como diz São Paulo, a gente pode tudo.
Desses 50 anos, 23 foram no exercício do ministério episcopal. O que significa este grau do Sacramento da Ordem?
Não foi o meu desejo. O meu desejo foi ser padre. Acredito que isso é um acréscimo, uma bondade de Deus, que a gente não espera e até se assusta, quando chega. Eu me assustei. Mas Ele quis, achou que eu podia prestar este serviço, e eu fechei os olhos e fui. Fiz como o profeta Samuel: "Eis-me aqui, Senhor"; e aquilo que Abraão escutou: "sai de tua terra e vai". Então, eu saí dessa condição para uma outra, mas na mesma linha de missão. Mas, para mim, já estava bom demais ser padre, vigário, um educador do povo. A nomeação de bispo nos coloca numa posição de destaque, para a sociedade, mas sempre devemos considerar como um serviço, cada vez maior e mais profundo. A grande dignidade de bispo, para mim, era a capacidade de saber servir da melhor maneira possível.
Que mensagem o senhor deixa para os padres jovens dessa Arquidiocese que o senhor governou?
Meus queridos irmãos, vale a pena ser padre. É um chamado de Deus e Ele chamou você e a mim. Poderia ter chamado outros, mas nos chamou a nós – a mim e a vocês. E Ele nos chamou, dando-nos um voto de confiança, prometendo a sua graça para que pudéssemos corresponder a esse voto. Desejo que vocês se dediquem, realmente, ao serviço do povo de Deus. Ser padre é ser um servidor. "Eu não vim para ser servido, mas para servir", foi o que o Mestre nos ensinou. Coloquem-se, todos vocês, à disposição do povo e de sua Igreja diocesana, e você não se arrependerá, porque é verdade o cêntuplo, isso eu garanto a vocês. Eu estou usufruindo do cêntuplo, sem dúvida nenhuma. Deus ampara; Deus está presente: "estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos". Estas são palavras de vida que nós, que a pregamos, devemos vivê-las. Outra palavra do Evangelho, que está em Mateus: "buscai, antes de tudo, o Reino de Deus, e tudo o mais vos será dado por acréscimo". Isso é verdade, eu garanto a vocês. E rezemos uns pelos outros. Eu termino, meu irmão, dizendo pra você aquilo que eu tinha como uma norma, para mim: apoiar a sua vida no tripé: a missa diária, o breviário e o terço de Nossa Senhora. Essas três pedras apoiam a nossa vida e nos fazem desempenhar bem o ministério.
Fonte: Arquidiocese de Natal
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