sábado, 3 de agosto de 2013

18º DOMINGO DO TEMPO COMUM

  
Eis a loucura: acumular bens para si!
Eis a sabedoria: compartilhar o que tem!

Ø    Evangelho: Lc 12,13-21
               
                Jesus é tratado como se fosse um mediador. Certa vez, numa destas contendas familiares, Jesus fora escolhido para ser mediador entre dois irmãos que brigavam para salvaguardar seus bens. Ou seja, um parece que está sendo injusto, enquanto o outro está sendo vitimado.
                Nesse caso, como talvez noutros, acharam que o jovem Mestre poderia ajudar a contornar o conflito. Porém, tiveram que ouvir uma resposta surpreendente, decidida, forte, negativa aos interesses deles: “Quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós?” (v. 14).
                De cara é possível que nos apareçam algumas dúvidas, quanto ao comportamento de Jesus. Talvez, quem sabe, será que, diante de tal reação alguém não se levante para discordar dele, julgando-o insensível diante do apelo tratado?
                Mas qual é mesmo a reação-orientação do querido Irmão, o Mestre Jesus? Ele lhes disse assim: “Atenção! Abstende-vos de qualquer cobiça, porque mais rico que alguém seja, a vida não depende dos bens” (v. 15). Causa de todos os males. Como é percebível, Jesus não se demora nem se basta na dimensão periférica dos problemas, mas vai às raízes dos mesmos. Ou seja, a sua preocupação chave é com a causa de todos os males: a ganância desenfreada pelos bens materiais, a fome insaciável de acumular sempre mais.
                O acúmulo é roubo, além de ser loucura. O senhor da parábola parece ser um louco, “pois sua riqueza fora construída sobre colunas falsas”, isto é, o que conseguiu foi à custa das práticas injustas, sacrificando, tomando e explorando os outros, deixando-os sem o sagrado direito (férias, 13º salário, seguro desemprego, jornada de trabalho, além de tantos outros...). Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?” (v. 20).  O julgamento de Deus é severo: quem vive para a cumular bens materiais não passa de um ladrão; de um insensato!
                Dito isto, que juízo moral é possível ser feito a respeito da riqueza? Ela é boa ou má? Não nos parece que Jesus tenha amaldiçoada a riqueza. O que é condenável é a prática da concentração dessa riqueza em mãos de alguns, enquanto a grande maioria dos irmãos está com o pires na mão pedindo para sobrevir.
                “É preciso se ter cuidado com a idolatria da riqueza. Ela se institucionaliza em formas concretas de injustiça, dentro de inspirações ideológicas materialistas, marcadas pelo coletivismo ou pelo individualismo” (P., 495 e 496). “Os bens da terra foram criados por Deus para todos os homens. Todos e cada um dos homens têm um direito primário, fundamental, absolutamente inviolável, de usar solidariamente desses bens para se realizarem como pessoas” (P., 492).
                Conclusão: A parábola chega à sua conclusão, mostrando que o ideal do cristão não é uma vida miserável, inumana. O problema da censura frente ao rico agricultor, não é por causa de sua riqueza em si, “mas porque acumulou exclusivamente para si e não enriqueceu aos olhos de Deus”.
                Para refletir:
- Como reagimos na relação com os bens materiais? Eles servem para criar relações fraternais entre os irmãos, os mais carentes, ou nos levam ao acúmulo da riqueza, desviando-nos do caminho que conduz a Deus?


PARÓQUIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
Nova Cruz – RN
Pe. Francisco de Assis Inácio
- Pároco -


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