Eis a loucura: acumular bens para si!
Eis a sabedoria: compartilhar o que tem!
Ø Evangelho: Lc 12,13-21
Jesus é tratado como se fosse um
mediador. Certa vez, numa
destas contendas familiares, Jesus fora escolhido para ser mediador entre dois
irmãos que brigavam para salvaguardar seus bens. Ou seja, um parece que está
sendo injusto, enquanto o outro está sendo vitimado.
Nesse caso, como talvez noutros,
acharam que o jovem Mestre poderia ajudar a contornar o conflito. Porém,
tiveram que ouvir uma resposta surpreendente, decidida, forte, negativa aos
interesses deles: “Quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós?” (v. 14).
De cara é possível que nos apareçam
algumas dúvidas, quanto ao comportamento de Jesus. Talvez, quem sabe, será que,
diante de tal reação alguém não se levante para discordar dele, julgando-o
insensível diante do apelo tratado?
Mas qual é mesmo a
reação-orientação do querido Irmão, o Mestre Jesus? Ele lhes disse assim:
“Atenção! Abstende-vos de qualquer cobiça, porque mais rico que alguém seja, a
vida não depende dos bens” (v. 15). Causa
de todos os males. Como é percebível, Jesus não se demora nem se basta
na dimensão periférica dos problemas, mas vai às raízes dos mesmos. Ou seja, a
sua preocupação chave é com a causa
de todos os males: a ganância desenfreada pelos bens materiais, a fome
insaciável de acumular sempre mais.
O acúmulo é roubo, além de ser loucura. O senhor da parábola parece
ser um louco, “pois sua riqueza fora construída sobre colunas falsas”, isto é,
o que conseguiu foi à custa das práticas injustas, sacrificando, tomando e
explorando os outros, deixando-os sem o sagrado direito (férias, 13º salário,
seguro desemprego, jornada de trabalho, além de tantos outros...). Nesta mesma
noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para
quem vão ficar?” (v. 20). O
julgamento de Deus é severo: quem vive para a cumular bens materiais não passa
de um ladrão; de um insensato!
Dito isto, que juízo
moral é possível ser feito a respeito da riqueza? Ela é boa ou má? Não nos
parece que Jesus tenha amaldiçoada a riqueza. O que é condenável é a prática da
concentração dessa riqueza em mãos de alguns, enquanto a grande maioria dos
irmãos está com o pires na mão pedindo para sobrevir.
“É preciso se ter cuidado com a idolatria da riqueza. Ela se
institucionaliza em formas concretas de injustiça, dentro de inspirações
ideológicas materialistas, marcadas pelo coletivismo ou pelo individualismo”
(P., 495 e 496). “Os bens da terra foram criados por Deus para todos os homens.
Todos e cada um dos homens têm um direito primário, fundamental, absolutamente
inviolável, de usar solidariamente desses bens para se realizarem como pessoas”
(P., 492).
Conclusão: A parábola chega à sua conclusão,
mostrando que o ideal do cristão não é uma vida miserável, inumana. O problema
da censura frente ao rico agricultor, não é por causa de sua riqueza em si,
“mas porque acumulou exclusivamente para si e não enriqueceu aos olhos de
Deus”.
Para refletir:
- Como reagimos na relação
com os bens materiais? Eles servem para criar relações fraternais entre os
irmãos, os mais carentes, ou nos levam ao acúmulo da riqueza, desviando-nos do
caminho que conduz a Deus?
PARÓQUIA
DA IMACULADA CONCEIÇÃO
Nova
Cruz – RN
Pe.
Francisco de Assis Inácio
-
Pároco -
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