21º Domingo do Tempo Comum
ü Evangelho (Lc 13,22-30)
Quanto
ao projeto missionário do querido Irmão Jesus, ele se dirige a qualquer um e às
comunidades, da mesma forma como enviara os seus discípulos missionários. E
mais, objetivo, conteúdo e método repassados pelo seu ensinamento são sempre
justificados na compreensão do significado do caminho verso a Jerusalém. Passo
a passo, o sentido da vida vai encontrando sua razão de ser nos seguidores e
seguidoras de Jesus.
a.
Qual a proposta da salvação: Despertar curiosidade, apenas, ou provocar
compromisso?
Sob
uma pergunta curiosa: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”,
Jesus aproveita para tratar da temática a respeito da possibilidade da
redenção, ao invés de se deter a uma pergunta formulada de maneira um tanto
quanto embaraçada. Por isso mesmo, muda de assunto: a sua preocupação não é com
o fim do mundo, muito menos com o número dos que vãos e salvar, mas esclarecer
o que se deve fazer para entrar no Reino de Deus.
Qual
é a condição proposta por Jesus? “Procurai entrar pela porta estreita, porque,
digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão” (v. 24). Que sentido
tem a expressão: “entrar pela porta estreita”? Conforme o Mestre, o sentido é
este aqui; o cristão para ser verdadeiramente discípulo missionário seu,
precisa ser pequeno, humilde, simples, misericordioso para com qualquer um,
isto é, servidor de todos e de todas. Portanto, esta é a condição para alguém
entrar no Reino dos céus.
b.
Através de uma parábola, a explicação do Mestre
Para tornar a explicação mais clara, Jesus conta a
parábola da porta fechada (vv. 25-28). Trata-se de um banquete, diante do qual
muitos se aglomeram, tentando entrar. Porém, o acesso está fechado. Alguns
dizem assim: “Senhor, abre a porta para nós”. Mas a resposta surpreende, porque
é negativa: “Não sei de onde vocês são; afastem-se de mim, vocês todos que
praticam injustiças” (v. 27). Poderemos tentar de tudo, por maiores que sejam
nossas intenções e práticas pastorais, espirituais, termos a melhor das
intenções da vida, porém se não houver a presença pertinente da prática da
justiça, tudo não passará da sensação de perda de tempo: “Não sei de onde vocês
são; afastem-se de mim!”.
Mas
então, em se tratando de porta fechada, qual seria a chave ideal para abri-la?
A possibilidade está por entre a compreensão a respeito do caminho de
Jerusalém. Aliás, como foi difícil para os discípulos compreenderem o que Jesus
queria dizer sobre a sua ida até Jerusalém. Ou seja, a alternativa para
compreender tudo, aceitando a proposta do Mestre, não é outra, mas sim viver o
princípio da solidariedade em relação aos próximos pobres, sofredores,
marginalizados, “massas sobrantes” da vida, com os mesmos sentimentos do
próprio Filho de Deus.
É
partindo desta reflexão que se pode compreender a exortação do Papa Pio XI,
quando ele trata do compromisso político e social dos cristãos no mundo, a sua
prática elevada da caridade, sem se esquecerem da presença da cruz, porque ela
faz amadurecer as condições de paz e justiça que serão totais e perfeitos
somente no Reino de Deus. Ninguém pode furtar-se a este compromisso, sob pena
de ser considerado fora do banquete da vida nova, do banquete do Reino.
Dito isto, tenhamos o cuidado necessário com o nosso
orgulho, a nossa arrogância, o nosso modo de pensar, para não acontecer que a
porta se feche para nós. Que tal, abrirmos a porta do nosso coração para
acolher o Evangelho – Boa Nova de Salvação? E mais: Não esqueçamos da
importância que tem a prática da simplicidade, abertura de vida, solidariedade
para com os nossos semelhantes, condições estas, para entrarmos pela “porta
estreita”. Que assim seja!
PARÓQUIA
DA IMACULADA CONCEIÇÃO
NOVA
CRUZ – RN
Pe.
Francisco de Assis Inácio
-
Pároco -
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