Mais de 100 milhões de meninas poderão ser vítimas de casamentos forçados durante a próxima década. A informação consta em um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, apresentado na sede da ONU em Nova York na semana passada.
Entre as mulheres entrevistadas (com idade de 2
0 a 24 anos), um terço foi forçada a casar-se antes do 18 anos de idade. Essa prática, segundo o Unicef, traz como consequência a maternidade precoce. Os dados mostram que mais de 145 milhões de meninas dão à luz todos os anos, muitas delas sem a devida preparação física ou psicológica. Agravante ainda o fato de que meninas entre 10 e 14 anos são cinco vezes mais propensas a morrer durante a gravidez que outras 10 anos mais velhas.
A representante especial do Secretário-Geral sobre Violência contra Crianças, Marta Santos Pais, falou à Rádio ONU, sobre a questão:
“O que nós sabemos é que, ao casar e ao assumir responsabilidades no seio da família, não só ficam dependentes da autoridade do marido, mas também da família do marido. Muitas vezes, sem ter um direito à educação e poder contribuir, construtivamente, para o desenvolvimento da família e da sociedade. Mas, em segundo lugar, muitas vezes ao engravidar, vem a dar à luz com uma idade muito baixa e isto cria riscos gravíssimos no momento do nascimento da criança”, explicou.
O estudo mostra ainda que grande parte das vítimas de casamentos forçados é proveniente das camadas mais marginalizadas e vulneráveis da sociedade. As meninas ficam geralmente isoladas ao serem retiradas das suas famílias e escolas e separadas da interação com os seus pares.
Fonte: Rádio Vaticano
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