domingo, 5 de maio de 2013

COMENTÁRIO LITÚRGICO: SEXTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL




Só ama Jesus, quem esta de bem com a Trindade!

Jo 14,23-29

     O trecho do evangelho deste 6º domingo trás o discurso de Jesus a respeito da sua despedida. Atenção para não nos deixarmos levar pela ideia de que a despedida, porém, venha significar debandada, indiferentismo, ausência por parte do Senhor Ressuscitado, nada disso! Ele continuará atuando mediante a ação de sua Palavra e as reações do seu Defensor – o Espírito Santo.
      Não sei se vou conseguir traduzir com a devida eficiência a verdade que há por entre o texto, por causa da sua completa densidade. Pelo menos tentarei, com a ajuda do Espírito traduzi-lo em palavras simples.
      Antes de qualquer preocupação, chamo atenção para três importantes momentos:
- A primeira afirmação de Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará a ele e nele faremos nossa morada (vv. 23-24).
      Quanto a isso, qual é mesmo a preocupação do Mestre? Aqui Jesus apresenta como prova da sua unidade com o Pai as obras que ele realiza sempre em favor da vida. Para alguns não é fácil entender a manifestação da morte e ressurreição do Senhor, realidade inserida dentro da resposta de Jesus à pergunta de Judas: “Senhor, por que vais manifestar-te a nós e não ao mundo?” (v. 22). “À proposta de Judas, não o Iscariotes, desejo de que o Messias se manifestasse ´ao mundo´, Jesus responde com a proposta do amor ativo: amar a Jesus é guardar sua Palavra, isto é, assumir com ele o Projeto do Pai”. Por isso mesmo está explicado, a razão pela qual o mundo não ama Jesus nem guarda seus mandamentos.

- Jesus promete o Espírito Santo. O “Consolador que ensinará e recordará” (v. 26) tudo o que lhes tinha dito.
      Pergunta-se sempre e com razão: qual é a função do Espírito?
      Duas são as suas funções: a de “ensinar” e a de “recordar”.
      Quer dizer que Jesus deixou de ensinar alguma coisa? Não! Porém, é necessário que o Espírito explique todas as consequências e todas as aplicações concretas da sua mensagem.
      A segunda função do Espírito será a de “recordar”. Há muitas palavras de Jesus que, embora estejam gravadas no Evangelho, correm o risco de ser postas à margem, de ser esquecidas com facilidade. Por exemplo, entre tantas recomendações, podemos recordar a seguinte: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam... Ao que te ferir numa face...” (Lc 6,27-29).

- A última parte da passagem (vv. 27-29): Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá.  
      Por causa do clima da despedida, como entender a morte de Jesus? Num clima de tristeza por parte dos amigos de Jesus (os discípulos), o Mestre tem palavras de paz e alegria. Ele está para morrer e dá a paz aos seus.
      Jesus se submeteu em tudo ao Pai. Por isso o Pai é maior do que ele. Sua obediência em tudo suscita a fé nos que o seguem, fazendo-os disponíveis para a ação amorosa e ativa de tal forma que seu amor torne presente o Cristo em suas vidas. Sejamos francos: podemos afirmar que pelo menos nas nossas pastorais, nos nossos movimentos, nas nossas comunidades cristãs reina esta paz?



PARÓQUIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
Pe. Francisco de Assis Inácio
Pároco


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