Só ama Jesus,
quem esta de bem com a Trindade!
Jo 14,23-29
O trecho do evangelho deste 6º
domingo trás o discurso de Jesus a respeito da sua despedida. Atenção para não
nos deixarmos levar pela ideia de que a despedida, porém, venha significar
debandada, indiferentismo, ausência por parte do Senhor Ressuscitado, nada
disso! Ele continuará atuando mediante a ação de sua Palavra e as reações do
seu Defensor – o Espírito Santo.
Não sei se vou conseguir traduzir com a
devida eficiência a verdade que há por entre o texto, por causa da sua completa
densidade. Pelo menos tentarei, com a ajuda do Espírito traduzi-lo em palavras
simples.
Antes de qualquer preocupação, chamo
atenção para três importantes momentos:
- A
primeira afirmação de Jesus: Se alguém me
ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará a ele e nele faremos nossa
morada (vv. 23-24).
Quanto a isso, qual é mesmo a preocupação
do Mestre? Aqui Jesus apresenta como prova da sua unidade com o Pai as obras
que ele realiza sempre em favor da vida. Para alguns não é fácil entender a
manifestação da morte e ressurreição do Senhor, realidade inserida dentro da
resposta de Jesus à pergunta de Judas: “Senhor, por que vais manifestar-te a
nós e não ao mundo?” (v. 22). “À proposta de Judas, não o Iscariotes, desejo de
que o Messias se manifestasse ´ao mundo´, Jesus responde com a proposta do amor
ativo: amar a Jesus é guardar sua Palavra, isto é, assumir com ele o Projeto do
Pai”. Por isso mesmo está explicado, a razão pela qual o mundo não ama Jesus
nem guarda seus mandamentos.
- Jesus promete o Espírito Santo. O
“Consolador que ensinará e recordará” (v. 26) tudo o que lhes tinha dito.
Pergunta-se sempre e com razão: qual é a
função do Espírito?
Duas são as suas funções: a de “ensinar” e
a de “recordar”.
Quer dizer que Jesus deixou de ensinar
alguma coisa? Não! Porém, é necessário que o Espírito explique todas as
consequências e todas as aplicações concretas da sua mensagem.
A segunda função do Espírito será a de
“recordar”. Há muitas palavras de Jesus que, embora estejam gravadas no
Evangelho, correm o risco de ser postas à margem, de ser esquecidas com
facilidade. Por exemplo, entre tantas recomendações, podemos recordar a
seguinte: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam... Ao que te
ferir numa face...” (Lc 6,27-29).
- A última
parte da passagem (vv. 27-29): Deixo-vos
a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá.
Por
causa do clima da despedida, como entender a morte de Jesus? Num clima de
tristeza por parte dos amigos de Jesus (os discípulos), o Mestre tem palavras
de paz e alegria. Ele está para morrer e dá a paz aos seus.
Jesus se submeteu em tudo ao Pai. Por isso
o Pai é maior do que ele. Sua obediência em tudo suscita a fé nos que o seguem,
fazendo-os disponíveis para a ação amorosa e ativa de tal forma que seu amor
torne presente o Cristo em suas vidas. Sejamos francos: podemos afirmar que
pelo menos nas nossas pastorais, nos nossos movimentos, nas nossas comunidades
cristãs reina esta paz?
PARÓQUIA
DA IMACULADA CONCEIÇÃO
Pe. Francisco de Assis Inácio
Pároco
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