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O
Espírito nos fortalece na fé
“Recebereis uma força, a do
Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém,
em toda Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8)
O Evangelista Lucas apresenta
de maneira patética, comovente o acontecimento transcendente testemunhado e de
maneira profunda pelo Espírito Santo. E, através, desse testemunho recebido
pelos apóstolos, a Igreja nasce do coração de Cristo.
Tenhamos presente que o dom
do Espírito é consequência da glorificação de Jesus: prometido e entregue.
Entre os tantos detalhes, há
um que merece ser realçado, são os símbolos apresentados: o “vento” e o “fogo”,
elementos que evocam a manifestação da divindade. “Língua de fogo” é metáfora
visual que adquire valor simbólico, porque o dom do Espírito visa à transmissão
do evangelho, Boa Nova de salvação, e se manifestará em fenômenos de linguagem.
Na 2ª leitura de hoje (1 Cor
12,3b-7.12-13), Paulo ao escrever aos coríntios, procura orientá-los frente a
determinados assuntos ainda um tanto quanto obscuros. Concretamente, o apóstolo
trata da temática: o Espírito Santo, gerador da “diversidade de dons”, dos mais
variados “serviços” (ministérios) e das “formas de ação” que nascem da
Comunidade Alternativa, a Santíssima Trindade. Um só Espírito pousa, e se
distribui (1 Cor 12,11).
A fé nos faz perguntar e
responder diante da impressão de pluralidade e totalidade. A cena provocada por
Pentecostes e olhada de perto é desconcertante, porque mistura povos, regiões,
províncias romanas, junto com a Judéia. Cretenses e árabes poderiam abranger
Ocidente e Oriente.
Quem não se recorda que, aos
seus amigos, os discípulos, Jesus havia prometido que não os deixaria sós e que
lhes enviaria o Espírito (Jo 14,16.26). Pois bem, neste domingo a Igreja
celebra a solenidade desse dom do Ressuscitado.
Jo 20,19-23. Estamos diante do primeiro encontro do
Senhor Ressuscitado com os seus discípulos. O contexto psicológico é
estarrecedor, descreve um clima marcado pelo medo e a insegurança. Contudo, a
dúvida não deve cantar derrotismo e desânimo. O medo será vencido com a
saudação da paz pascal. Jesus atravessa as barreiras externas e internas do
homem.
Vejamos bem, havia por parte
do povo israelita a ideia de que os que praticavam o mal, praticavam-no porque estavam possuídos por um espírito mau. Ao
examinarmos nossa experiência de vida, sem sombra de dúvida, precisamos admitir
que, em determinados momentos somos tomados pelo pecado, o mau que se encarrega
de destruir o princípio da vida, dom de Deus. Porém, é animador saber que o Espírito se
desenvolve como uma pequena semente plantada em nossos corações: cresce
lentamente, mas produz frutos abundantes.
O
texto enaltece algumas cenas, é possível reconhecer traços de “uma celebração
eucarística: dia do Senhor, presença de Jesus na comunidade, reconciliação do
pecado, recordação da paixão, dom do Espírito”.
A
última frase do Evangelho nos fala da remissão dos pecados (v. 23). Onde o Espírito
“bota a sua banca”, é erradicado o pecado. Enquanto a segunda parte tem o
seguinte sentido, conforme o falar do Ressuscitado: a Igreja deve criar
condições para que o Espírito entre no coração de todos os homens. Mas para
isso, os discípulos de Cristo precisam trabalhar a possibilidade em dar voz e
vez à graça, impedindo assim a investida do pecado; porém, saibamos que é
indispensável a devida abertura e a eterna parceria com o Espírito, caso
contrário, o pecado continuará reinando.
Para
refletir:
- Quando e
como reconhecemos a devida docilidade do Espírito Santo?
- Quanto
aos sinais dos tempos, procuramos, à luz do Espírito, interpretá-los?
- Temos
demonstrado abertura à Ação do Espírito, vivendo o diálogo, a ternura, a fraternidade?
Estamos precisando do dom das
línguas, a fim de que possamos entender o que dizem os irmãos pobres, sofridos,
marginalizados, que estão à nossa frente.
Que este Pentecoste não passe
em branco para ninguém... Que ele seja definitivo para quem vive na cidade, na
zona rural, na paróquia, na família, em qualquer um, em qualquer uma.
Paróquia da Imaculada Conceição
Nova Cruz – RN
Pe. Francisco de Assis Inácio
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