terça-feira, 13 de abril de 2010

Mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang é condenado a 30 anos de reclusão


O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, mais conhecido como Bida, foi condenado no final da noite de ontem, 12, em Belém (PA) a 30 anos de reclusão por ter mandado matar a missionária norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Stang, há cinco anos.

Após mais de 14 horas de julgamento, Bida foi considerado pela maioria dos jurados autor do homicídio duplamente qualificado (por ter havido promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) com o agravante da vítima, irmã Dorothy, ser idosa.

O juiz Raimundo Moisés Flexa disse na sentença que a personalidade de Bida é "perversa e covarde" e a religiosa, por sua vez, era "uma anciã indefesa".

Os atos do fazendeiro "negam a própria racionalidade humana", afirmou o magistrado a uma platéia de apoiadores de Stang, que rezavam de mãos dadas e comemoravam de maneira comedida.

Com isso, Bida continua sendo o único mandante de crime agrário a estar preso no Pará, estado com o histórico fundiário mais violento do país.

"A Justiça foi feita. Minha irmã estaria muito feliz. Ela acreditava no sistema judicial brasileiro", disse David Stang, irmão de Dorothy que mora nos EUA e esteve em Belém ontem para o julgamento.

No final do mês, Regivaldo Pereira Galvão, o outro acusado de ser o mandante da morte de Stang, em associação com Bida, deve ir ao júri pela primeira vez.
Assassinato

Morta em fevereiro de 2005, Stang era uma das principais líderes de pequenos produtores rurais na Amazônia. Ela lutava pela reforma agrária e denunciava crimes ambientais, trabalhistas e fundiários.

Seu assassinato, um dos principais marcos no conflito agrário amazônico, gerou repercussão internacional e originou um documentário, "Mataram a Irmã Dorothy", do norte-americano Daniel Junge, que foi pré-selecionado ao Oscar do ano passado.

Fonte:CNBB

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