sábado, 25 de agosto de 2012

"Palavra é a ponte onde o amor vai e vem!"





Homilia do 21º Domingo Comum, que feita pelo Pároco de Nova Cruz, Pe. Assis, na missa deste Domingo, 26 de Agosto de 2012 . 

Evangelho (João 6,60-69)



1.    Ponto de partida
Neste 21º Domingo do Tempo Comum, os textos apresentados pela liturgia nos chama atenção, para tomarmos cuidado em servir a Deus e aos seus semelhantes e, portanto, nossos próximos, observando assim a trilogia: liberdade, vontade, serviço. Caso contrário, seremos levados pela correnteza da hipocrisia.
Há, no mínimo, dois caminhos que se nos sugerem a ser seguidos; ou seja, a escolha navega entre duas direções: a do amor e a do egoísmo. Qual será a nossa escolha?
2.    2ª leitura (Ef 5,21-32)
Mas o que quer dizer mesmo a palavra amor, esta palavra que tem sido inúmeras vezes “cantada em verso e prosa”, “até por cima dos telhados”? Com a palavra o apóstolo Paulo. Ele, com a sua evidente e apurada catequese, nos ajudará a compreender o que quer dizer “amar”. Considerando a vida a dois, ou melhor, a vida em família, adverte que o amor se manifesta na humildade e no serviço recíproco. Se é assim, ganha o amor sobre o egoísmo.
Atenção para um detalhe importante: O autor desta carta faz uma analogia, comparando a relação entre esposo e esposa ao relacionamento entre Cristo e a Igreja. Alguns elementos vão nos ajudar a entender melhor a tal analogia, por exemplo: a) a esposa deve manter-se subordinada ao marido; b) o motivo dessa subordinação é Cristo e não marido, ao contrário da mentalidade mantida na época em que foi escrita esta carta (séc. I), cuja posição da mulher dependia da decisão do marido (sociedade patriarcal); c) a esposa representa a Igreja, enquanto o esposo representa Cristo, o que leva a compreendermos que a subordinação da esposa é a imagem da subordinação da Igreja a Cristo cabeça; d) o esposo deve amar a esposa com as mesmas disponibilidades que teve Cristo em amar a Igreja “até às últimas consequências”. O exemplo é o de Cristo, que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28).
Tem-se a impressão que Paulo esteja dando recomendações só às mulheres. Não! No versículo 25 aparecem as recomendações feitas aos maridos: “Maridos, amai vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela”. E mais um detalhe: Os conselhos dados aos maridos são muito mais numerosos do que os dirigidos a elas.
Em fim, ninguém é maior, nem melhor que o outro, somos todos membros do mesmo corpo, embora as funções sejam diferentes. Além disso, esposos e esposas fundam uma única carne, da mesma forma que a Igreja é corpo de Cristo.
3. Evangelho (Jo 6,60-69)
                   Estamos chegando ao final do cap. 6 de João, vers. 60-69. A temática abordada aponta para o pão da vida. A respeito do que o Mestre falou provocou perplexidade e até desistência por parte de alguns de seus apóstolos.
                   Pedagogicamente, é possível dividir o texto em duas partes: a) vv. 60-66 falam de crise e abandono; b) vv. 67-69 apresentam a adesão do grupo (os Doze) mais achegado a Jesus.
                   É válido salientar que o evangelista João tem a intenção esclarecer que o discurso de Jesus tem o objetivo de desfazer mal-entendidos. A síntese é a seguinte: Na pessoa de Jesus, Deus oferece à humanidade um pão que garante vida para sempre.
                   Na primeira leitura (Js 24,1-2ª. 15-17.18b) vimos que Israel teve que escolher entre Javé e os outros deuses. Agora os discípulos se encontram diante da mesma situação: devem fazer a escolha. Quem come o pão eucarístico deve saber qual é o compromisso que está assumindo: concordar com tudo aquilo que Jesus ensinou e aceita identificar sua vida com a dele. A Eucaristia e a encarnação colocam as pessoas diante de uma decisão. As consequências são muitas vezes as crises e até abandono.
                   Jesus decepcionou. Por quê? Porque ele não garantiu recompensar com glórias a quem o seguisse. No Evangelho escrito por João, a realeza de Jesus consiste em doar-se até a própria vida.
                   O Mestre provocou um a desilusão nas expectativas de muitos, mas há um pequeno grupo que, embora não compreendendo ainda plenamente o sentido abrangente da adesão, já lhe manifesta a sua aceitação.
                   Diante da pergunta do Mestre: “Quereis vós também retirar-vos?”, Pedro expressa a fé a todos, dizendo: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”.
                   E nós, também, será que reagimos muito diferente dos nossos antepassados? Nossas práticas católicas e cristãs nem sempre perseveram na fidelidade a Jesus Cristo, vivendo como Ele, em forma de dom a ser compartilhado com os outros. Esta é a alternativa!

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