Dom Erwin Kräutler (foto) é um dos quatro ganhadores do Prêmio Right Livelihood 2010, um prêmio Nobel Alternativo, que honra o poder de mudança nas bases. A entidade publicou a informação nesta quinta-feira,30. Segundo os organizadores, dom Erwin recebeu o prêmio "por uma vida dedicada ao trabalho com direitos humanos e ambientais dos povos indígenas, e por seu incansável esforço para salvar a Amazônia da destruição”.
Dom Erwin justificou a alegria de receber o prêmio. “Não estou feliz em meu nome, mas por causa da Amazônia e dos povos indígenas que merecem esse reconhecimento!”, declarou. A Cerimônia de Premiação no Parlamento sueco será realizada no dia 6 de dezembro.
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) havia encaminhado uma carta à fundação Right Livelihood Award ratificando a indicação do nome de dom Erwin Kräutler para o prêmio Nobel Alternativo dos Direitos Humanos em fevereiro deste ano. De acordo com a CNBB, a indicação é um gesto de reconhecimento à atuação “pastoral e profética” de dom Erwin “junto aos mais fracos e aos povos indígenas”.
Para o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, esse prêmio é uma grande homenagem a dom Erwin e também honra muito a própria CNBB. De acordo com dom Geraldo, o prêmio é o reconhecimento da grande luta de dom Erwin na defesa da vida dos povos indígenas e da própria dignidade humana destes povos.
Dom Erwin Kräutler nasceu na Áustria em 1939, tornou-se padre em 1964 e veio para o Brasil como missionário. Em 1978, tornou-se cidadão brasileiro (embora também mantendo a sua cidadania austríaca). Em 1980, foi nomeado bispo do Xingu, a maior circunscrição eclesiástica do Brasil. Entre 1983-1991, e desde 2006 é o presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), entidade vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Ameaças
Em outubro de 1987, alguns meses antes da decisão de concessão de plenos direitos civis para os povos indígenas na Assembleia Constituinte, dom Erwin ficou gravemente ferido em um acidente de carro supostamente planejado. Desde 2006, o bispo está sob proteção policial por causa da ameaça de morte que tem recebido devido à sua atuação pastoral na região.
Fonte CNBB/CIMI
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