sábado, 26 de dezembro de 2015

Natal, tempo de paz e de misericórdia (Dom Jaime)

Queridos irmãos e irmãs!
Chegou o tempo de festejar a vinda do Salvador, Deus feito homem: “Pois nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado. O poder de governar está nos seus ombros. Seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz” (Is 9,5). É Jesus, o rosto da misericórdia do Pai, que nasce para nós, Ele é a manifestação da ternura divina. Quão grande é a misericórdia de Deus, que se digna apresentar-se na face e na condição frágil de uma criança. No mistério do Natal contemplamos quanto Deus amou tanto o mundo (cf. Jo 3,16). Deus tem tanta misericórdia dos homens e das mulheres que, não só teve compaixão de nós, mas se apresentou, comunicou-se, assumiu o rosto do ser humano. O rosto da misericórdia é o rosto da natureza humana. A misericórdia, condição fundamental do Evangelho e chave da vida cristã (cf. Cardeal Walter Kasper. A misericórdia. Loyola, 2015), não é, “de modo algum, um sinal de fraqueza, mas antes a qualidade da onipotência de Deus”. E, por isso, a liturgia da Igreja proclama: “Senhor, que mostrais vosso poder, sobretudo no perdão e na misericórdia”. Com o nascimento do Salvador, “Deus permanecerá para sempre na história da humanidade como Aquele que está presente, Aquele que é próximo, providente, santo e misericordioso” (PAPA FRANCISCO. Bula de convocação para o Ano Santo de Misericórdia, Misericordiae vultus, n. 6).

Jesus Cristo, Príncipe da Paz, é a grande inspiração para a nossa busca da paz. De fato, a ação misericordiosa de Deus, enviando ao mundo seu Filho, traz a paz para os corações. Perdoando o pecador, Deus toca o coração do homem pela iluminação do Espírito Santo, isto é, vem ao encontro do homem e da mulher, para abraçá-los, para redimi-los, para envolvê-los com sua ternura.
O Natal do Senhor conduz à reflexão sobre a nossa atitude diante do mundo em que vivemos, lugar da manifestação da misericórdia divina. Em primeiro lugar, nossa atenção ao cuidado da nossa casa, casa comum, casa do Filho, Verbo encarnado. Ao nascer em Belém, o Filho de Deus sela para sempre sua união com a humanidade, com o planeta. Se antes, como mediador da criação, o Filho cuidava da casa que criou para nós, com a sua vinda e a redenção operada na cruz, definitivamente, a casa comum tornou-se casa da humanidade assumida e cuidada pela natureza divina. A partir dessa visão positiva, derivada do mistério da criação-encarnação-redenção, vem a missão dada pelo Mestre de Nazaré. Ele mesmo agiu com misericórdia e mostrou a expressão do Reino na história dos homens e das mulheres:os cegos recuperam a vista,os paralíticos andam, os leprosos são purificados,os surdos ouvem, os mortos ressuscitam,e a Boa Nova é anunciada aos pobres (Lc 7,22).
Celebrar o Natal do Senhor é fonte de renovação para a nossa vida. Jesus nasceu em Belém para permanecer conosco. Por isso, a paz que Ele traz deve ser levada a todos e ninguém pode ser excluído dessa mensagem. Ele nasce para todos e sua misericórdia é para todos os homens e todas as mulheres. Feliz Natal! Que a misericórdia inunde os corações de todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário