segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Solenidade da Mãe de Deus


Neste dia 1º de janeiro de 2013 a Paróquia de Nova Cruz celebrará a solenidade da Mãe de Deus, com procissão às 16 horas, seguido de missa na Igreja Matriz. O Pároco Pe. Francisco de Assis faz seu comentário da liturgia deste dia 1º de janeiro:



Ano Novo: Santa Maria Mãe de Deus

            Dentro do período natalino, com a celebração da manifestação do Senhor da Vida e da história, hoje a nossa atenção se volta para Maria, sob o título de “Mãe de Deus”.
            Iniciando um novo ano, portanto, neste Dia Mundial da Paz, a comunidade irmanada, suplica a Deus a sua bênção de paz sobre cada um (a), sobre nossas famílias e sobre o mundo todo.
            A exemplo de Maria no seu sim irrestrito, nós, seus filhos, vamos procurar viver na disponibilidade total a proposta do seu Filho Jesus, o “amai-vos uns aos outros”. Assim, sim, estaremos sendo promotores da paz.
            Em comunhão com todos os filhos e filhas de Deus, com as Igrejas, com os de qualquer ideologia, essa ou aquela condição social, digamos como disse o irmão e pobrezinho S. Francisco de Assis: “Fazei-nos instrumentos de vossa paz”.  
            Que durante o ano que se aproxima (2013), Deus nos abençoe e nos guarde! O Senhor faça brilhar sobre nós a sua face, e se compadeça de nós! O Senhor volte para nós o seu rosto e nos dê a paz”! Assim seja! Feliz Ano Novo!

            Vamos às leituras:
1ª leitura (Nm 6,22-27)
            O que é demonstrado neste texto é a bênção utilizada pelos sacerdotes, quando encerravam as celebrações litúrgicas do templo.
            Abençoar é próprio do ofício sacerdotal (Lv 9,23). Embora também o rei abençoasse (2 Sm 6,18) e os levitas (Dt 10,8).
Adentrando aqui nos pormenores, vê-se que Javé é chamado três vezes. A cada uma das três invocações são acrescentados dois pedidos de bênção: “Javé te abençoe e te proteja; Javé faça resplandecer sua face sobre ti e te seja propício; Javé dirija seu olhar para ti e te conceda a paz”. Outro detalhe é a indagação que se pode fazer a respeito da bênção: O que dizer da bênção? A bênção é um sinal da presença protetora e libertadora vivificante de Deus na vida do seu povo; total solidariedade. Por fim, mais outro detalhe: conforme é percebível na narração, a fórmula da bênção sobressai, portanto, a paz. A paz é a palavra de ordem.
“Mostrando seu rosto, javé comunica a plenitude dos bens, sintetizados na paz (shalom, v. 26), na felicidade completa. Para o povo do deserto ou do exílio, a paz era a posse da terra, dos bens, da liberdade e da dignidade, e a possibilidade de ter uma família. Só assim Javé se sentirá, vendo o ser humano, feito á sua imagem e semelhança, livre e feliz” (Pe. José Bertolini, Roteiros homiléticos, Festas e solenidades, p. 43).
Os judeus piedosos, bem como nós os cristãos sabemos que a paz é um dom de Deus. Por isso, temos motivos pensar assim, sobretudo, neste primeiro dia do mês e do ano.
Portanto, como os pastores, abramos o nosso coração e nos disponhamos acolher o Deus da bênção e da paz, tão necessário a qualquer um (a).

Evangelho (Lc 2,16-21)
            O texto de hoje continua a narrativa do nascimento de Jesus, ou seja é parte integrante da infância, continua o trecho lido na noite de Natal, indica a reação dos pastores, de Maria, e o significado do nome de Jesus.
            Os excluídos têm Deus como parceiro. O Evangelho deste dia nos faz compreender a pressa demonstrada por parte dos pastores em chegar até Belém. É válido salientar que essa pressa é consequência da opção que Deus fizera pelos pobres e excluídos.
            Um detalhe: De receptores da mensagem, os pastores passam a ser anunciadores. A evidência é a atitude tomada por eles: retornam glorificando e louvando a Deus. Com esse detalhe, Lucas que frisar a reação dos que se sentem envolvidos pela solidariedade de Deus.
            Mais um feliz por menor: Ao chegarem a Belém, “não percebem nada de extraordinário”. Descobrem sim, um menino deitado, com seu pai e a sua mamãe. Entretanto, naquela criança fragilizada e indefesa, eles sabem reconhecer o Salvador. É exatamente de provas baseadas na simplicidade e na demonstração da gratuidade divina que o cristão precisa para acreditar na graça amorosa de Deus , e não em gestos tão extraordinários.
            Portanto, discípulo é aquele que, diante da mensagem de Deus que lhe é repassada pelo Evangelho, sente-se interpelado, responde “sim” e vai adiante contagiando o mundo, porque só assim reconhece a voz do Pai que chama para a salvação.
            O v. 19 afirma que “Maria conservava cuidadosamente esses acontecimentos e os meditava em seu coração”. Ou seja, Maria é, pois, uma daquelas pessoas que precisam discernir, em meio aos acontecimentos obscuros da vida, a presença e solidariedade de Deus.
            O v. 21 esclarece mais ainda o modo como Deus se solidariza. Por conseguinte, tudo o que Deus quis dizer e fazer em benefício da humanidade encontra sua plena realização na vida de Jesus. Nascendo pobre e vivendo pobre como os seus irmãos excluídos, dando-se conhecer a eles, Jesus é a prova definitiva da solidariedade de Deus.

2ª leitura (Gl 4,4-7)
            Paulo nos chama atenção neste trecho, mostrando-nos a verdade central do Evangelho: Deus é Pai de todos. Com o batismo, Deus marcou o tempo da emancipação para todos, o tempo da maioridade, o tempo presente, no qual, tornando-nos filhos, tomamos posse da herança. Por isso, em Jesus, nós passamos a ter Deus como o único Pai. Já não é uma relação patrão-escravo, e sim uma relação de Pai-filhos.
            É hora de avaliação: Será que ainda não continuam alguns resquícios de escravidão na vida da gente? Como libertar-nos dessas amarras malignas ao longo de 2013? Como, quando e o que fazer para reconquistarmos a nossa identidade cristã? Deus nos acompanhe e nos abençoe por todo o sempre. Amém.

Pe. Francisco de Assis Inácio

Pároco da Paróquia da Imaculada Conceição de Nova Cruz - RN


               


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