sábado, 13 de julho de 2013

15º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Próximos pelo amor de Deus 

 Evangelho (Lc 10,25-37)

 Lucas nos coloca de frente com a parábola do “bom samaritano”. Ela (a parábola) nos faz lembrar o “Sermão na Planície”: “Sede compassivos, como vosso Pai é compassivo”. Seguindo a mesma lógica de pensamento, diz o Salmo 103,13: “Como um pai se enternece com seus filhos”. Dando-nos conta a partir de uma análise profunda sobre o apropriado sentido da parábola, vemos que a ação misericordiosa dispensa qualquer código legal. Por conseguinte, depende tão somente do discernimento amoroso em relação ao dom da vida.
·      Insensível, é o que nos parece!  
              O texto começa dizendo assim: “Nisso um jurista se levantou e, para pô-lo à prova, lhe pergunta: - Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?”
              Jesus não responde à pergunta, mas se detém na seguinte indagação: O que está escrito na lei? Prontamente o doutor da lei cita alguns textos bíblicos: O primeiro é o seguinte: “Amarás o Senhor teu Deus...”; o segundo, sobre o qual os israelitas insistiam menos: “e o próximo como a ti mesmo”. Jesus reconhece que a resposta foi dada com bastante perfeição! Depois do elogio, responde: “Faze isto é viverás”.
              O doutor querendo se justificar, pergunta a Jesus: - “E quem é o meu próximo?” Conhecer não basta! Atenção, estamos diante de uma questão! Não era fácil para um judeu reconhecer um samaritano como sendo próximo. Um detalhe: o pior insulto para um judeu era chamá-lo de samaritano. Jesus não dá importância a esta dúvida cultural do doutor da lei; nem mesmo lhe responde. O que interessa para o Mestre é a nossa total disponibilidade em amar a Deus e a qualquer que seja o nosso próximo.
·      Um homem cai nas mãos de assaltantes (v. 30)
          Eis aqui um caso típico que requer ação misericordiosa. Quem era essa criatura? Dele não se sabe quase nada; nem a idade, nem a profissão, nem a tribo à qual pertencia, se era bom ou mau, amigo ou inimigo. Ele simplesmente é chamado de forma genérica: era um homem! Talvez fosse um judeu!
          Atenção, lei, o que dirás? O que faríamos nós, hoje, diante de situações semelhantes a que vimos no Evangelho, ou algo semelhante?
              Casualmente, passaram dois religiosos: um sacerdote e um levita (vv. 31-32). Sabem quem eram eles? Dois judeus, piedosos, religiosos (especialistas sobre Deus, sobre e sobre a religião) e de moral no lugar. Que atitude foi tomada por eles? Viram..., mas ignoram o que viram, passando pelo outro lado. Coitadinhos, talvez não tenham parado e dado à devida atenção, com medo de serem também assaltados, além da preocupação com a pureza ritual: não era permitido se aproximar de cadáveres. Contudo, é também verdade que a falsa religião praticada por eles tenha transformado os seus corações de carne para corações de pedra (corações insensíveis).
              Há um perigo que é comum a muitos: A insensibilidade! E, assim, são várias as razões para se driblar os problemas referentes aos direitos humanos, tais como: é obrigação só do governo; falta de tempo; evitar brigas; o que eu tenho a ver com isso?; o meu ministério é só administrar os sacramentos; devo só rezar. Que razão terão estas justificativas diante de Deus?
              É hora de questionamentos. O que vemos? Uma sociedade calculista e fria, um mundo individualista, competitivo e indiferente aos apelos dos marginalizados. E a religião vivenciada por alguns, como reage? Quanto à nossa preocupação pelas massas sobrantes da vida, quais as opções e inquietações assumidas pela nossa religião? O que dizem os nossos planos pastorais? Fazemos alguma coisa, é verdade! Mas fazemos o suficiente, conforme nos pede o Evangelho?
              “Jesus não dá nota para o samaritano. Quer que o doutor da lei dê a sentença: 10/10! É muito importante observar como Jesus inverte a pergunta que lhe foi feita no começo. Quem é o meu próximo?” – foi lhe perguntado. – Agora ele pergunta: “Na tua opinião, quem te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?” (v. 36).
              As últimas palavras de Jesus ao doutor da lei resumem a mensagem de toda a parábola: “vai e faze tu o mesmo!”
             
Pe. Francisco de Assis Inácio
- PÁROCO –
PARÓQUIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
NOVA CRUZ – RN



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